Teses e Dissertações

Transformação dos espaços urbanos: circularidade e ressignificação a partir das festas populares
A partir de um olhar de brincante e designer, com atenção especial aos estudos de design e antropologia, utilizando de métodos de pesquisa qualitativa documental e etnográfica urbana, tenho como objetivo geral investigar a transformação de espaços a partir da festa. Essa investigação visa dar ênfase às espacialidades geradas pelo encontro entre os corpos coletivos em festa, criando desenhos efêmeros e duradouros de cidade, que é atravessada pela temporalidade dos ciclos festivos. Além disso, a pesquisa visa trazer reflexões sobre as dinâmicas sociais, políticas e econômicas no desenho da cidade e do território, levando em consideração processos de negociação e conflito na ocupação e habitação dos espaços compartilhados, assim como a circularidade presente nesses processos. Usando métodos de pesquisa com design, pretendo também documentar essas mudanças e processos através da criação de produtos visuais que dêem conta de processar e tangibilizar os achados de pesquisa.


Projetos de escola em disputa: resistências pedagógicas à implementação do design moderno no Brasil na década de 1960
A implementação do ensino do design moderno ocorreu a partir da década de 1950 no Brasil. A década seguinte foi muito promissora e fértil em ideias educacionais para a profissão porque, além das instituições acadêmicas estarem sendo postas em questão pelos estudantes no mundo todo, aqui, ainda não se havia institucionalizado o ensino de design, que se consolidaria com a regulamentação do currículo mínimo obrigatório adotado no final da década. Essa pesquisa, inserida no campo da história em design, centrou-se em 3 projetos de escolas de design que tentaram, sem sucesso, ser implementados no Brasil nesse momento: a Escola de Desenho Industrial e Artesanato, projeto da arquiteta Lina Bo Bardi inserido no Complexo do Solar do Unhão, Salvador, Bahia, de 1961-64; o Centro de Estudos Universitários do Parque Lage, em 1965, também projeto de Bo Bardi; e a paralisação de 14 meses da Escola Superior de Desenho Industrial, entre 1968-1969, uma tentativa coletiva de reforma estrutural da escola. Desenvolvendo uma abordagem decolonial sobre a história do design no Brasil, buscou-se recuperar um debate entre visões divergentes que guiaram os primeiros anos de instauração da educação e prática de design moderno no país, olhando para projetos que ofereciam alternativas ao que estava sendo consolidado como modelo de ensino. Após extensa pesquisa arquivística, como uma maneira de imaginar como essas escolas poderiam ter funcionado, já que ficaram em projeto, as fabulações especulativa e crítica (foram mobilizadas como ferramentas metodológicas.


Projeto escola: as professoras como designers
Neste estudo, o objetivo é aprofundar a compreensão sobre o papel das professoras como designers e desenvolvedoras de projetos escolares. Inicialmente, a pesquisa buscará investigar os processos e as inspirações que orientam as docentes na criação e implementação de projetos em suas salas de aula. Reconhece-se que o design é uma ferramenta já empregada pelas educadoras e que o pensamento projetual, sendo uma forma de inteligência acessível a todos, pode ser aprimorado através de treinamento (CROSS, 2011). Em seguida, a pesquisa visa explorar maneiras de colaborar com as professoras no uso do design em suas práticas diárias. Além disso, será analisado como essas docentes utilizam o design para inovar, afastando-se das metodologias tradicionais e das abordagens expositivas, com destaque para como a reorganização do ambiente escolar pode promover a quebra de hierarquias e o protagonismo dos alunos.


Presença de Mulheres Negras no Ensino Superior em Design no Brasil
A pós-graduação é um espaço onde as mulheres negras enfrentam diversas formas de opressão, contribuindo para a perpetuação de desigualdades, e que formam barreiras significativas para sua permanência e sucesso nesse nível de ensino. Entre os fatores dificultadores que se apresentam de forma explicita estão a discriminação de gênero, discriminação racial e a maior possibilidade de serem marcadas pelos índices de pobreza. E esses fatores se entrelaçam e se combinam como marcadores indivisíveis para criar desigualdades sistêmicas (WERNECK, 2001). É preciso observar a interseccionalidade das experiências, reconhecendo que as mulheres negras enfrentam simultaneamente múltiplas formas de discriminação e violência, dificultadores de qualquer tentativa de ascensão social.


Plataforma de compartilhamento para materiais para o ensino de desenho
A pesquisa propõe uma reformulação curricular no ensino de Desenho na educação básica, expandindo seu foco além da representação geométrica e projetiva para uma abordagem mais ampla da linguagem gráfica, incluindo graficacia, desenhística e modelagem. O objetivo é proporcionar um ensino mais abrangente e acessível, não apenas para escolas com uma disciplina de Desenho estabelecida, mas para todos os alunos, independentemente do nível de formação. A proposta visa fornecer aos educadores ferramentas para preparar os alunos para interagir com o mundo projetado e material, desenvolver a coordenação motora fina e analisar criticamente a cultura visual, promovendo uma sociedade mais igualitária no consumo de imagens e artefatos.


Pesquisar é coletar pistas: como o design pode ser aliado na autoestima de uma menina
Esta pesquisa origina-se de uma experiência pessoal com Helena, uma menina negra de cinco anos, durante um trabalho de conclusão de curso. O objetivo inicial foi investigar as percepções distorcidas que Helena tinha sobre si mesma, associadas a características físicas como sua pele e cabelo. Utilizando uma abordagem de escuta ativa e atividades participativas, como oficinas de penteado e leituras, a pesquisa buscou entender e expandir a visão de Helena sobre sua identidade e autoestima.
O estudo reconhece que a jornada de autoconhecimento é um processo contínuo e não pode ser plenamente alcançado em um projeto limitado. Portanto, questiona a eficácia de encerrar o projeto e sugere a continuidade do trabalho com Helena e sua família para promover discussões mais amplas sobre racialidade e autoestima infantil. A pesquisa propõe que um design participativo e lúdico pode ser adaptado para outras famílias, fomentando diálogos sobre autoimagem e questões raciais, e contribuindo para um contínuo processo de autoconhecimento.


Perspectivas Profissionais no Universo das Escolas de Samba: conceito decolonial no projeto artístico
O presente projeto de pesquisa preliminar, como objetivo principal, visa a descrever a linha de acontecimentos dos trabalhos dos designers dentro da ambiência profissional das escolas de samba do Rio de Janeiro, com a perspectiva de um projeto artístico para um desfile de escola de samba no Rio de Janeiro, que tenha foco na desconstrução dos “universais1 escravocratas” (correntes, grilhões, ferros e ferramentas de tortura) no design anticolonial que pode ser aplicado desde a pesquisa do enredo.
Isso envolve a criação de um desfile que não apenas celebra a cultura e a história do Brasil, mas também desafia as narrativas colonialistas e imperialistas que podem estar presentes em representações tradicionais. O objetivo é criar discussões para a criação, nos projetos artísticos, de um desfile de escola de samba que não apenas entretenha, mas também eduque e inspire, sem reforçar as encenações e elementos causadores de sofrimentos, dores e mortes decorrentes da escravização. Com vistas em promover uma narrativa mais justa e inclusiva da história e da cultura do Brasil sem a banalização da dor.


Pensamento Projetual, o design thinking em práticas de cultura maker na escola
A pesquisa consiste em produzir reflexões relacionadas a processos e desenvolvimento de atividades multidisciplinares, onde oportunidades e desafios são mapeados de acordo com as necessidades do contexto escolar dos alunos envolvidos, sugerindo o pensamento projetual, auxiliado por um uso consciente e produtivo dos recursos digitais e analógicos disponíveis, para planejar, projetar e criar conteúdo, a partir de oficinas de criação de identidade visual e de produção audiovisual. O projeto possibilita intervenções ativas e colaborativas envolvendo abordagens de design thinking em sala de aula, despertando a curiosidade e motivando o aprender fazendo da cultura maker, entendendo cada etapa na produção, interligadas entre si para realização de um projeto final. Produzindo e coletando dados diretamente do campo, e cartografando seus personagens, suas redes e tramas, a pesquisa implementa na prática a parceria entre o Núcleo Design & Escola do Laboratório de Design e Educação da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o D&E DesEducaLab ESDI/UERJ e a comunidade escolar, alunos e professores do Colégio Estadual Operário João Vicente (CEOJV), voltado para o ensino médio regular e situado na região de Imbariê, em Duque de Caxias-RJ.


O livro de arquitetura no Brasil
Os estudos desenvolvidos durante o mestrado estão ancorados nas relações transversais entre arquitetura e o design gráfico; o livro de arquitetura contribui para o debate disciplinar e o contrário também é verdadeiro: a cultura do livro é fomentada pelo tema da arquitetura. Projeto e planejamento, decisões e escolhas, além da ação de agentes responsáveis pela existência material dos objetos, eram abordagens do meu repertório disciplinar (formação em arquitetura) que estavam à disposição para completar aquele ciclo de estudos. Porém, apropriando-se do método de pesquisa da memória gráfica e da cultura material me aproximei do objeto de análise procurando compreender a natureza estratégica da página do livro e das condições de sua realização, permitindo-me perceber como se dá a pesquisa em design. Como afirma Forty, “a aparência das coisas é, no sentido mais amplo, uma consequência das condições de sua produção” (2007, p. 12). Pesquisas semelhantes à que se pretende realizar foram desenvolvidas por Danilo Matoso Macedo na tese de doutorado em Arquitetura e Urbanismo “Biblioteca brasileira de arquitetura, 1551–1750”, orientada por Sylvia Fischer e apresentada na UNB em 2017, e Leonardo Caramori que apresentou a dissertação de mestrado “A biblioteca da Escola Politécnica de São Paulo e seus acervos de engenharia civil e arquitetura entre 1894 e 1928”, orientada por Solange Ferraz de Lima, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP) em 2015. Apesar do hiato temporal entre os levantamentos bibliográficos e documentais realizados pelos autores, são estudos que fornecem pistas de pesquisa num universo disperso, porém específico. Macedo consultou inventários de acervos coloniais e selecionou autores brasileiros a partir de um levantamento em bibliografias gerais sobre o período (2017, p. 1-2), enquanto Caramori se debruçou sobre dois conjuntos documentais: papéis administrativos da biblioteca e da diretoria da Escola Politécnica de São Paulo, importante espaço de articulação política, profissional e intelectual de arquitetos e engenheiros na região de São Paulo (2015, resumo). Observei, na análise preliminar dessas referências, a omissão relativa à dimensão gráfica dos impressos, um campo de estudo ainda incipiente. A afirmação de Tavares que “a mudança do manuscrito para a impressão e dos desenhos feitos à mão para imagens reproduzidas mecanicamente” (2016, p. 19) beneficiou a cultura arquitetônica com a aquisição de códigos de representação foi também importante para a “valorização do trabalho de projeto sobretudo no livro ilustrado” (CARDOSO, 2005, p.161). Fato que justifica a presente investigação que busca compreender o livro de arquitetura como um produto industrial derivado de um projeto e suas dimensões como um produto social e cultural.


Modernidade e representação visual da mulher na primeira metade do século XX: da cocotte à violão
Com base na análise da revista A Maçã (1922-1926) e do livro Madame Pommery (1919-1920), de Hilário Tácito, foram identificadas condutas modernizadoras estabelecidas por mulheres da década de 1920, especialmente por aquelas que transitavam pela vida mundana e nos espaços de prostituição, das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. São estas condutas modernizadoras dos dois espaços urbanos que deverão ser abordadas no trabalho, evidenciando-se similaridades e dissimilitudes entre elas. A partir da identificação dessas condutas, buscaremos as suas representações na imprensa, na primeira metade do século XX e a transição da linguagem da cocotte para a mulher com traços da mulher brasileira representada na imprensa na segunda metade do século XX. Ambas as representações trazem estereótipos, os quais procuraremos identificar e discutir.


Laboratórios de inovação do poder judiciário: o impacto do design no avanço do acesso à justiça
O objetivo principal desta pesquisa é analisar como a aplicação de metodologias de Design, incluindo mas não se limitando ao Design Thinking, tem contribuído para a expansão do acesso à justiça no Brasil através dos laboratórios de inovação no Poder Judiciário. Como objetivos secundários, a pesquisa pretende mapear e registrar os estudos de três laboratórios de inovação no setor judiciário: o iJuSPLab, da Justiça Federal de São Paulo (fundado em 2017); o Laboratório de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (estabelecido em 2020); e o Laboratório de Inovação INOVA do Ministério Público do Rio de Janeiro (criado em 2019). Apesar de o Ministério Público não ser um órgão do Poder Judiciário, sua análise é relevante devido à sua função na garantia de direitos e no acesso à justiça. A pesquisa visa refletir sobre o papel desses laboratórios, explorando seus objetivos, as metodologias que orientam suas atividades, o número e a natureza dos projetos inovadores voltados para o acesso aos direitos e ao sistema de justiça, bem como os indicadores de desempenho utilizados para medir seus resultados.


Joaquín Torres García e a construção de uma identidade latino-americana
O projeto de pesquisa aborda o arcabouço das temáticas e valores que fundamentam uma identidade latino-americana no Design, com foco na Escola do Sul, analisando a Revista Removedor do Atelier Torres García (ATG), Uruguai (1944-1953). A pesquisa investiga se há uma identidade latino-americana nas práticas de design, examinando como a linguagem construtivista universal se entrelaça com saberes locais no contexto do ATG. O objetivo é compreender a formação dessa linguagem, analisar registros históricos da época e examinar como ela é comunicada atualmente. Espera-se, ainda, mapear os fundamentos do ATG, explorar práticas no design e propor uma cartografia social. A pesquisa se concentra na construção de uma identidade latino-americana autêntica e não eurocêntrica, destacando a importância dos saberes locais. Serão utilizadas fontes primárias e secundárias, incluindo a Revista Removedor, e serão conduzidas entrevistas com especialistas. A relevância reside em contribuir para a compreensão interdisciplinar da identidade latino-americana no design, promovendo uma apreciação mais ampla das contribuições da região e fortalecendo estudos do sul no campo do Design. A investigação faz parte de projeto de doutorado e serão apresentados os direcionamentos iniciais da pesquisa em andamento, que dura até 2028.


Inventando problemas - Bens comuns urbanos na região central do Rio de Janeiro
A "potencialidade de se criar ou inibir novas formas de relações sociais (novos bens comuns)". Agora, além dos quilômetros percorridos em cima da bicicleta, eu tinha um problema por inventar. Uma invenção que este anteprojeto dá conta apenas parcialmente, uma vez que se trata de problematização de experiências que envolvem outros agentes além de mim mesmo. Nos processos de inventar problemas faculdades como a sensibilidade, a memória e a imaginação constroem um cenário onde o que importa não é um arranjo convergente dessa faculdades em benefício de uma conclusão ou solução do problema que se pretende inventar. (KASTRUP, 2001) Diante disso, como atuar coletivamente no território em questão acompanhando, mapeando e potencializando ações locais que disputam o sentido e o significado dos espaços urbanos largamente hegemonizados por interesses capitalistas na região central, do Rio de Janeiro?

Interações solidárias: um estudo sobre metodologias participativas no desenvolvimento de tecnologias para movimentos sociais
As tecnologias digitais são hoje um campo de disputa essencial para movimentos sociais, coletivos e cooperativas autogestionárias. Apesar do potencial emancipatório das infraestruturas digitais baseadas em software livre e governança democrática, grande parte das tecnologias utilizadas no dia a dia dessas organizações ainda opera dentro de lógicas centralizadoras, opacas e extrativas.
Esta pesquisa busca reunir aprendizados acumulados na implementação de tecnologias para movimentos sociais e na economia solidária digital para mapear os desafios e limitações das infraestruturas digitais contemporâneas. A partir de um olhar crítico sobre experiências em redes de economia solidária, cooperativas e organizações populares, a pesquisa identificará contradições, barreiras e alternativas tecnológicas que influenciam a autonomia e a organização democrática desses espaços.


Imagens esquecidas, objetos e histórias encontradas no shopping chão
Esta pesquisa pretende analisar o universo das imagens técnicas, produzidas por câmeras analógicas, digitais, celulares, ou qualquer outro meio tecnológico, e como estas materialidades se relacionam com o mundo ao passar do tempo. A partir de um contato cotidiano com o Shopping Chão, proponho uma reflexão sobre os usos e sentidos atribuídos aos registros, em diversas mídias, encontradas pelos vendedores de rua, assim como, sobre o destino das imagens na sociedade contemporânea. Além de analisar as imagens em si, busco refletir sobre o contexto em que as mesmas se inserem e as relações que estabelecem com o mundo. Neste sentido, a própria prática desses vendedores que coletam coisas – e imagens – para vender no comércio informal se torna objeto de estudo desta pesquisa.


Guanabara, imensidão e abismo
Esta pesquisa tem como objetivo investigar os resíduos no território da Baía de Guanabara, com a intenção de compreender como processos experimentais artísticos podem contribuir para a construção de outros imaginários sobre viver no Antropoceno. Ao observar a Guanabara, percebo marcas do Antropoceno em uma baía repleta de resíduos que flutuam em suas águas. Nesse contexto, me interesso por práticas artísticas, especialmente nas artes da cena, que se aproximam desse território e propõem experimentações capazes de tornar sensíveis as relações com os resíduos, com destaque para a aproximação com os catadores, que estão em larga medida "segurando o céu" diante dos diversos terrores antropocênicos. Assim, proponho também a realização de experimentos com os resíduos por meio de processos artísticos experimentais que exploram modos criativos de responder aos terrores da Guanabara no Antropoceno.


Festa, espaço e encontro: táticas de insistência em meio à turbulência de uma pandemia
Partindo da pergunta "O que acontece com a roda quando não pode fazer roda?", o estudo é uma investigação sobre adaptações realizadas por coletivos no sentido de garantir que festas e festejos populares se mantivessem ativos durante e após a pandemia de Covid-19. Percebeu-se nestas adaptações – as quais ultrapassam o contexto pandêmico – foco especial no engajamento dos sujeitos em garantir a sobrevivência das pessoas a partir de redes de apoio, em criar espaços de encontro e em manter a continuidade da tradição para as novas gerações. Através dessa análise, a pesquisa faz uma leitura de um design-verbo que atravessa a vida cotidiana e o território, em um processo de elaboração contínua do presente, em alternativa à concepção do termo atrelado ao projeto e ao planejamento de uma condição futura. Sugeriu-se, assim, que indivíduos e coletivos desenham continuamente formas de insistir e de garantir a viabilidade da vida em contextos de precariedade e emergência e que festas e festejos participam do desenho da cidade, material ou imaterialmente.


Experiências de uma andarilha: Imersões e colaborações em meio às práticas de design anthropology

Experiência arquitetônica ilustrada: possibilidades de representação gráfica de intenções projetuais de caráter intangível
Uma vez descrita a inquietação que deu origem ao presente projeto, pode-se determinar como objetivo geral de pesquisa investigar como representar graficamente intenções projetuais de ordem emocional e psicológica, buscando desenvolver novos métodos e estratégias para a comunicação visual desses elementos intangíveis no processo de projeto de arquitetura. Como objetivos específicos, aqueles que serão gradativamente atingidos ao longo da pesquisa, podemos citar (a) revisar a literatura acadêmica sobre arquitetura emocional, psicologia ambiental e representação gráfica na arquitetura, de forma a conhecer o que já foi produzido sobre o tema; (b) realizar uma análise crítica da representação gráfica de projetos arquitetônicos existentes que foram bem-sucedidas em expressar elementos intangíveis de ordem emocional e psicológica, afim de conhecer estratégias já consolidadas; (c) conduzir uma pesquisa empírica com estudantes de arquitetura para explorar suas percepções e abordagens ao representar intenções emocionais e psicológicas em seus projetos, com forma de propor novas formas de representação ainda não exploradas.


Estudo interdisciplinar da Cultura Material, com foco no trançado indígena, para construir bases para o ensino de Design e contribuir para a preservação da cultura material.

Ensino de Design para além dos muros da graduação


Em Busca da Lona: O Movimento Pendular Cultural no Rio de Janeiro
A pesquisa tem como objetivo pensar uma cartografia a partir da investigação das práticas culturais de corpos periféricos que cruzam diferentes regiões em busca de lazer na região central do Rio de Janeiro. Ao focar nesses espaços, percebe-se um grande símbolo que atrai esses grupos para as festas de ruas cariocas: as tendas de lona de circo. Assim, destaca-se a arquitetura efêmera, buscando mapear os afetos dessa cartografia. Esses espaços são cruciais para a formação de identidades e grupos, pois fomenta expressões como o samba e o funk. O estudo visa analisar essa cultura como uma ferramenta de resistência, explorando a constante transformação dos locais selecionados para estudo de caso, a fim de entender como esse símbolo, com sua presença em eventos e ausência no cotidiano, influencia o comportamento urbano e social, além de atrair pessoas de diferentes regiões do Rio de Janeiro.


Em Busca da Lona Perfeita: O Movimento Pendular Cultural de São Gonçalo
A pesquisa, de natureza autoetnográfica, investiga dinâmicas sociais, culturais e afetivas de São Gonçalo, município periférico da região metropolitana do Rio de Janeiro, a partir dos deslocamentos realizados pelos gonçalenses. O estudo incorpora narrativas da autora e evidencia o caráter político do pesquisador. O foco central é a análise do movimento pendular cultural, no qual moradores de São Gonçalo deslocam-se para o Rio de Janeiro em busca de lazer noturno, frequentando eventos de rua sob lonas coloridas, espaços efêmeros de festa e resistência. A partir disso, a pesquisa explora os afetos periféricos e propõe uma cartografia afetiva, construída por meio de oficinas participativas que mapeiam trajetos, pontos de encontro e espaços de lazer. Em andamento, a pesquisa pretende aprofundar a análise do uso das lonas como equipamentos urbanos e sua relação com a cultura periférica, além de explorar os circuitos culturais e as transformações urbanas promovidas por essas práticas. O estudo busca contribuir para a visibilidade e o reconhecimento das potências periféricas, propondo novas formas de pensar na/a cidade.


Design pelas mãos: ensino de design de produto através de métodos práticos de oficina
A proposta de pesquisa busca aprofundar os conhecimentos necessários para formar designers capazes de desenvolver e produzir suas próprias peças autorais de maneira artesanal em baixa e média escala, propondo uma formação para atuar como designer produtor. O design, que sempre precisa se adaptar às tendências do mercado e novas tecnologias, se diversificou desde a Revolução Industrial em várias categorias. O design de produto, uma das áreas clássicas do design, incorporou novas tecnologias, mas a atuação do profissional no mercado ainda segue os moldes tradicionais, geralmente em agências ou empresas.
